Todo o fim de ano é a mesma coisa: a maldita irritante vinheta da Rede Globo, as retrospectivas, parva nostalgia embalada para presente, camisetas brancas estampando as vitrines, champanhes e fogos vendendo aos borbotões e um sem números de chavões sobre esperança que chega a dar engulhos. Nesse clima de hipocrisia transbordante, com a atenção desnorteada entre o passado e o futuro, em que a verdade não passa de um borrão indivisível, é que necessitamos de um veneno que não nos permita olhar o que já foi, nem ansiar o que será. Um veneno que nos paralise no único instante possível para vivermos a realidade que apenas é. Sugiro aqui um veneno chamado 1984 escrito pelo genial George Orwell acompanhado da bela canção Xique-Xique do igualmente admirável Tom Zé. E engolfados desse veneno onírico será possível acompanharmos o poeta em seu versar: "meu tempo é quando".
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
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calma ... vai piorar, tem as vinhetas do carnaval
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